terça-feira, 27 de outubro de 2009

Enrustidos

Essa carta será escrita no escuro, na ausência de minha própria consciência. Prefiro pensar assim a acreditar no fato de te desejar silenciosamente, no canto escondido dos meus quereres, só pela curiosidade.
Em algum lugar você mexe comigo. 
Em meio suas mentiras eu vejo meu rosto chegando perto do seu, minha mão da sua... Imagino o beijo, imagino o cheiro, imagino o calor. 
O encaixe. 
O coração batendo um pouco mais acelerado. A ânsia e a angústia do momento se diluindo no prazer e na excitação que a sensação de liberdade nos traz. 
A contração dos sexos transforma em líquido todo o meu corpo e eu só sei pensar em deslizar você.
Antes que eu me permita perceber volto a mim e deixo nascer um leve sorriso que mora na liberdade.
Não sei por onde, não sei quando e, sinceramente não cobiço respostas. O que me move é a questão.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Boca d'água

Já diz a minha avó:
- A água lava tudo, só não lava a boca suja!
Quem mete a boca em boeiros, pênis, copos de bar, vaginas, cigarros, outras bocas. Em outras bocas que metem a boca em boeiros, pênis, copos de bar, vaginas, cigarros, bocas limpas que nem palavrões dizem.
Bocas infantis
Bocas de ouro
Bocas de sinuca
                                               


BOCACABOBOCAGE


Quem mete o olho na boca de Bocage e o olho na língua da boca que mexe e molha a saliva da língua do dente da gengiva das ondas do céu.
A boca que saliva ao olhar a boca que prega e seduz a minha língua que molha minha saliva do dente da gengiva das ondas do meu céu.



Mais água para mim, por favor.