Casa desarrumada. A sujeira no chão da sala é constante. Roupas, meias, bolas de papel amassadas... A caixa de areia do gato está lotada de fezes. Do outro lado da cozinha, ração espalhada pelo chão. "Esse gato não é mole..." ela pensa ao chegar em casa, já tropeçando no gato que se esfrega em seus tornozelos dificultando o andar por aquele espremido espaço. Ela repara que a pilha de louça aumentou. Suspira, cansada só por pensar no trabalho que ainda irá ter. No banheiro, o chuveiro está ligado e de lá vem um "Oi, amor!" cotidiano.
- Não deu pra lavar a louça, não briga comigo!
Ela vai até o banheiro e por entre as cortinas do chuveiro eles se beijam. Seu nariz, bochechas, queixo e lábios se molham através dos dele e algumas gotas respingadas nos seus olhos fazem a maquiagem cansada escorrer como uma lágrima negra face abaixo. Ela senta no sofá, acende a ponta do baseado que está no cinzeiro e ali fica, imóvel por quase cinco minutos.
Era como se ela soubesse o que estava por vir...
Fechou os olhos. "Patacori ô Ogum..."
Por um instante ainda sentiu o chão tremer.
- Não deu pra lavar a louça, não briga comigo!
Ela vai até o banheiro e por entre as cortinas do chuveiro eles se beijam. Seu nariz, bochechas, queixo e lábios se molham através dos dele e algumas gotas respingadas nos seus olhos fazem a maquiagem cansada escorrer como uma lágrima negra face abaixo. Ela senta no sofá, acende a ponta do baseado que está no cinzeiro e ali fica, imóvel por quase cinco minutos.
Era como se ela soubesse o que estava por vir...
Fechou os olhos. "Patacori ô Ogum..."
Por um instante ainda sentiu o chão tremer.