um que
vira outro
que vira
um de
novo

amar
com fusão 

um coração vazio

é um coração cheio de

e  sp   a   ç   o

já dizia minha avó

quando certas pessoas 
se afastam da gente,
seja por isso ou aquilo,
e o peito ainda encharca
é preciso torcê-lo como
roupa molhada e deixá-lo
no varal, ao sol, pra secar.
é importante esperar o verão
pra torcer as roupas,
só o sol seca as pessoas 
do peito da gente.

há mar
há mor

tapiroca

na boca doce cheiro
doce de leite, pipoca
o recheio é de queijo,
goiabada e tapioca
o gosto é de beijo
a cobertura, de pir...
amora. a mo ra.

te caço em mim e
te acho no meu sangue
no meu tem o seu e 
geram infinitas sinapses
e me corroem até o osso
preciso cravar uma agulha
na ponta do meu dedo e
deixar escorrer 
minha liberdade descansa
na centésima gota 

coração
engasgado no vão
entre a areia
e a arrebentação 

eu longe de mim
você longe de si
como nos encontrar?

o pescador migra
de pedra em pedra
com uma vara e um boné
a praticar a filosofia
do silêncio que atrai
seu sustento
assim ele vive farto:
barriga cheia
ideias claras
bronzeado em dia

se afogou 
em meu sangue
quente

morreu em 
mim
movediçamente

embaralhei seus traços
com as mãos fiz
minha cama de gato

descansa esse encanto
aqui
por enquanto

panela de pressão

o doce amassado

na palma da mão

mar
só de olhar
afogo

mulambo.

(en)canto

a voz

de pranto

no canto

desse peito

que é santo

Mulambo

a cerveja

no canto

rezando

dei um gole

e tanto

pensando

na mandinga

de encanto

um manto

que seque

meu pranto