Olhos doces, mãos pelúcia
Meu querer é vontade ansiosa
De te ver me querendo
Beijo veludo, voz camurça
Palavra formada que diz e evoca
Choro aguado sangrento
Sonhos de utopias divinas
De vidas ainda não vividas
Dizem-me com orgulho turquesa
Que minha posse é maldita
Ai de mim, ao ouvir tal certeza
Certeza virgem em tom de palpite
E melam teu coração de cereja
Com idéia ansiosa de amor livre
Ai de mim, um cubo de açúcar
Acostumado com ângulo esquina
Embebido no teu livre melado
Desfiz-me toda em redonda malícia
Quis vestir sedutora camisa
Correr para alcançar teu velho passo
Mas logo me veio carapuça caqui
E espremeu meu andar cansado
E meus pobres olhos daltônicos
Teu melado amargo cegou
Tua bonita mentira é colorida
O que era doce se acabou
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