quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

não mais

Hoje o dia foi confuso e agora eu gostaria de um pouco de paz.

Não, não consegui almoçar onde disse que iria e também não consegui passar no supermercado como combinado. A conta de gás está atrasada, a propósito.

Não, não peguei as crianças na escola. As deixei lá, esqueci-me! Eu acho que não as levei para a escola também, devem estar a brincar na sala.

Não, eu não fui trabalhar. Sabia que trombaria com o Arnaldo e desde a promoção tem me irritado muito. Sorri demais.

Também não compareci a audição como deveria, você deve ter reparado. Eu sei que isso me custará algumas penas; talvez a casa de Búzios, a guarda dos meninos, uma pensão abusada... Eu não ligo.

Hoje eu não saí de casa. Na real hoje eu nem saí da cama.
Não tive coragem de pisar no chão frio, o café e as urgências do cotidiano acordariam meu corpo, me deixariam desperto.
Hoje eu não pude despertar.

A única imagem que repassa na minha mente são suas calcinhas dentro daquele saco de lixo azul.
Que pressa para ir embora. Que saco infeliz.

Hoje não era dia para separações.

Hoje você devia se aninhar no meu peito para que eu pudesse me perder nos seus cabelos e sentir seu cheiro de mulher maldita.

Mas, hoje nunca mais.   

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